Welcome to the jungle ou Brasil 40° (II)

4846a7eea0292b726f9c4ee8205f3216

Transição: da selva para o teatro

A barbárie deve continuar entre as facções no Brasil. A manutenção da transferência desnecessária de Marcola será vista pelo seu grupo como uma traição do governo Alckmin. Fevereiro promete. A internacionalização do PCC prosseguirá a despeito de todos os opositores, contra as ambições também globais do Comando Vermelho de ser o líder do tráfico de cocaína no país. Fato após fato, cai a versão do Governo e da Operação Disinformazione (Gl(b)obo News) de que se trata de uma crise carcerária na Wonderland Brasil. Nunca Foucault foi tão honrado, de modo tão massivo, de chofre, por essa insânia da imprensa.

Durante o governo Lula, o tráfico e uso de drogas cresceram enormemente. O país se tornou o segundo maior consumidor de entorpecentes do planeta. E mais: desde 2009, é considerado a principal rota de escoamento da cocaína sul-americana, de acordo com UNODC, ultrapassando a Venezuela que detinha 51%. A bitola dos dutos aumentaram porque Bolívia e Peru possuem estoques expressivos de cocaína, o que forçou a queda da cotação do entorpecente e ampliou o consumo1 2. Esses fatores reforçam a tese de que não há crise carcerária no Brasil, mas uma luta sangrenta por um mercado de bilhões de dólares. A reorganização dos centros produtores e da política (entenda-se Lava-Jato) no Brasil, a qual dava livre curso ao crime organizado, está elevando os graus centígrados da batalha pelos centros de distribuição.

Todo esse quadro resulta de ações governamentais que incluíram uma política de fronteiras esquálida; leis frouxas que reduziram a capacidade de reação da população face ao crime e ampliaram a capacidade de ação dos bandidos; do judiciário que entregou os presídios à própria sorte, possibilitando a estruturação das facções através de uma morosidade suspeita para julgamento de todos os casos, sejam eles menos ou mais graves.

Não perdi o fio. A alta cúpula política que provavelmente sustentava o narcotráfico, parte dela envolvida na Operação Lava-Jato, interfere diretamente na reconfiguração e luta pela hegemonia atacadista das facções criminosas no país. Afirmei tal fato tomando como objeto de análise o elo ideológico que une o crime organizado e a política. Agora cabe explorar o elo financeiro que igualmente os vincula. O boteco de beira-de-estrada onde toda essa confabulação é deflagrada tem um nome: lavagem de dinheiro. Eis o estuário para onde rumam as embarcações de traficantes, políticos, mega-empresários e onde se camuflam os verdadeiros senhores do crime.

Ésquilo e o crime

A máscara era um elemento cênico enigmático no teatro grego. Os atores (hipócritas) tinham esse nome pelo uso que dela faziam. Por detrás do cenho forjado, conforme a peça avançava, ânimos se sucediam. A vindita, o assombro, a ira, o gozo delirante, a surpresa, a dor aguda e lúgubre hipnotizavam a audiência das tragédias gregas através de disfarces intimidadores. Um único artista poderia representar vários papéis. O que provocava a inquirição de todos, rendidos à dramaticidade: qual face emprestava a sua voz àqueles personagens?

Tom obscuro. Silêncio. Segundo ato.

Os atacadistas do crime organizado, como “Marcola”, o falecido “Marcinho VP”, Fernando Beira-Mar, e “o Nem”, cujas faces truculentas se apresentam no palco das vicissitudes repugnantes, escondem os verdadeiros atores desse festim diabólico. São estes que muito bem acomodados em suas poltronas macias de couro, degustando um requintado scotch, em postos privilegiados nos arranha-céus de Xangai, Tokyo, Moscou, Roma, Rio de Janeiro e Nova York, controlam um dos maiores negócios da terra.

O narcotráfico movimenta anualmente mais de 1,5 trilhão de dólares, incluindo o comércio de entorpecentes – algo em torno de 300 bilhões de dólares segundo os dados oficiais da ONU – e tudo a sua volta que o viabiliza, como armas, até nucleares. A cifra é maior do que o PIB de vários países somados juntos. Não se perfaz, mantém e se usufrui de tal quantia senão por meio de uma cadeia extensa de pessoas e instituições. Para entregar a droga no varejo, na “boca”, o narcotráfico se organiza de maneira sofisticada e complexa em âmbito internacional. Ele precisa de armas para resguardar esse valor; de apoio diplomático, alfandegário e bancário para estabelecer a sua logística de transporte (por terra, ar e mar), armazenamento e distribuição de drogas e evasão de divisas; são doleiros, contadores, policiais e postos de fiscalização em portos, aeroportos e fronteiras; geeks, hackers e programadores; enfim, o destino de políticos, instituições financeiras internacionais e o narcotráfico se cruzam nas rotas do crime em escala global. São esses os imperadores do crime, ocultos por metadados inexpugnáveis e de quem os grandes traficantes são apenas vassalos.

Existem hoje organizações criminosas espalhadas pelo mundo que trocam “bens e serviços” como em todo o mercado legal, concorrem ferrenhamente entre si e tem seus nichos de atuação. Seu ímpeto globalizante despreza fronteiras e conta com uma engenharia de mais de 250 “corporações”. Entre as mais famosas estão a Yakuza japonesa, a Cosa Nostra, Camorra e Ndrangheta italianas, as nigerianas, as FARC, as tríades chinesas e a Máfia Russa (a Vermelha). A máfia chinesa, tem seus agentes infiltrados no Partido Comunista, que por sua vez possui laços estreitos com a máfia italiana, entre elas a Ndrangheta, da Calábria e Camorra, de Nápoles. Junto com as quinquilharias de Pequim, e sua guerra cambial, montaram um rio caudaloso de pirataria e drogas cujos afluentes chegam bem perto de cada um de nós.

A maioria dessas organizações possuem grandes negócios no Brasil. Para se ter uma idéia, a Yakuza japonesa com seu subgrupo Yamaguchi-Gumi expandiu-se no Paraná e São Paulo desde 1992 e mantém conexões com a Colômbia para uma rota que inclui Japão, China e Rússia. As máfias da Tailândia e Camboja, especializadas em heroína, firmam parcerias com os cartéis colombianos em troca de cocaína. E o balcão desse negócio está no Brasil, a rota de escoamento. O tráfico de armas coloca no mesmo balaio de gato traficantes, terroristas, comunistas e empresários de todo os ramos de atividade. No entanto, convenhamos que para quem deseja camuflar toda essa rede, as favelas e os inferninhos não são evidentemente o melhor esconderijo. Esses submundos são sim a guerrilha de distração. Os barões do tráfico estão em lugares inimagináveis para grande parte da população. São charmosos, usam sapatos italianos, comandam grandes negócios. São lobos dissimulados em pele de ovelha que revezam suas rentabilidades operando no mercado negro e legal.

A Rússia é um grande “player” no crime organizado mundial. Seu caso, a partir da derrocada do comunismo e a queda do muro de Berlim, serve para entender a união com políticos e a lavagem de dinheiro para esconder seus chefões. Antes de tudo, é necessário compreender que o comunismo sobrevive apenas onde há economia de mercado, mesmo residualmente. Não gastarei seu precioso tempo para provar esse fator com tantas evidências históricas, como em Cuba, Venezuela, o leste europeu e a própria Rússia. Mas de todo modo, eu não resisto. Corta a cena. No palco, o comunismo.

Um Estado que se propõe a planejar a economia desde o seu aparato burocrático-administrativo-militar até agulhas, arroga-se o papel divino de prover as quantidades certas para as necessidades exatas dos indivíduos. Isto é inexequível, malgrado os experimentos esquerdistas de programar as vontades humanas. A tese marxista reduz tudo a preço. Não considera o homem como espírito, o qual tem, de modo incontrolável, miríades de anseios diversos. O que o faz fixar valores intangíveis sobre os artefatos que produz, comercializa e adquire. A mais-valia marxista explica o lucro a partir de um pressuposto antropológico materialista. Soma-se a esse rotundo equívoco de teoria econômica, o desejo de repartir a riqueza sem antes gerá-la. No entanto, todo esquerdista sabe de cor e salteado que é preciso formar a riqueza primeiro. É uma questão de lógica elementar. Primeiro a galinha, depois os ovos. Primeiro o homem, depois o mercado e as riquezas. Os “bons” comunistas sabem disso. Seus súditos é que ainda caem no conto vigarista de que primeiro vem o ovo, depois a galinha.

É nesse contexto que a Rússia jamais deixou de ter, como em todo país comunista, um mercado negro rodando por baixo da economia planificada, justamente para dele irrigar a riqueza que pretendia repartir. A Rússia manteve em escala crescente, uma rede de traficantes, prostitutas, transferência ilegal de tecnologia, pirataria, comércios escusos de armas e bens lícitos, como por exemplo, carros, giletes de barbear e cigarros. Na verdade, então, quando Boris Yeltsin, no esteio da Perestroika e da Glasnost de Mikhail Gorbachev, abriu de vez o mercado russo para o mundo, estava realizando a maior operação de lavagem de dinheiro que se teve notícia. Trouxe a máfia da ilegalidade para o mercado formal3. Dizia ele – ingenuamente para os estultos – que a abertura se dava em virtude da corrupção que assolava o país. O que se viu da noite para o dia foi o surgimento de novos endinheirados com o status de empresários de sucesso. Não se tratava de um reprimido super-talento russo para empreender, mais hábil do que o de Donaldo Trombeta. Não. Eles já estavam por lá, operando clandestinamente, sob a leniência estatal. A Rússia jamais deixou de ser comunista. Tão somente trocou de uniforme no meio do jogo, do oficial estatista estrito (impraticável) para o de moldes reformistas, fabiano. É a NEP de Lênin, sob nova direção.

Para se ter um vislumbre das consequências nefastas das políticas liberalizantes russas, ao menos 2 mil bancos surgiram naquele período para lavar dinheiro das máfias. Eles foram adquiridos a preços módicos – valor de um carro – do governo russo4. Aberta a temporada de caça, a estrutura financeira monumental para o crime ganhou a legitimidade necessária para posteriores “laudering money” e negociações cada vez mais ousadas por todo o globo terrestre. O fenômeno se alastrou pelo leste europeu. E aportou no Brasil. Apenas um exemplo: os negócios escusos da Media Sports Investments (MSI), a empresa fantasma do iraniano Kia Joorabchian com o Corinthians. Kia era testa de ferro de Boris Berezovsky, barão-mafioso russo, apoiador de Yeltsin, morto em 2013 misteriosamente em Londres e um desafeto de Vladimir Putin. Em sua passagem pelo Brasil foi desmascarado por jornalistas. Insistiu receber asilo político do governo Lula e contou com a intermediação de José Dirceu. Dizem ter doado 20 milhões de dólares para o PT5. Não sofreu os danos de suas ações denunciadas pelo Ministério Público brasileiro, que arquivou o processo em 2009.

A lavagem de dinheiro não reconhece limites e dá passos lógicos que se replicam da mesma maneira em lugares diferentes. Sua alquimia insaciável de fazer da escória, ouro puro, devora com a força de um maremoto tudo a sua frente. E no epicentro desse abalo sísmico está a luxúria. Esta musa dos olhos fumegantes seduz suas vítimas à “ostentação”. Inevitável. Presos no tempo e no espaço, o crime deixa rastro. Por isso, de modo previsível suas pegadas estão por toda a parte, de acordo com a cobiça dos criminosos para esnobar seus triunfos.

A lavagem se beneficia da volatilidade do dinheiro: bolsa de valores são a preferência. Em seguida, impregna-se na cadeia produtiva. São camadas sobre camadas, espécie de firewall, para limpar e dissimular a origem dos recursos. São times de futebol, moda, aparelhos importados, ONGs, agricultura, investimentos imobiliários, imprensa, artistas, gravadoras, partidos políticos e, óbvio, filantropia, pois todos mafiosos sonham ter as mãos beijadas como Dom Corleone. Além da engenharia financeira, o crime organizado atenta contra o poder, comprando, elegendo e definindo o cenário político, de modo bastante ostensivo.

Terceiro ato. Entra Angelus, sobrevoando o palco

O mega-empresário e investidor húngaro George Soros, uma das maiores fortunas da Terra, patrocina projetos no mundo para a liberalização de drogas. Ele jura em uma entrevista em Davos, durante uma das edições do Fórum Econômico Mundial, ser uma espécie de anjo do mundo. Em seu site, declara que uma de suas missões principais é estruturar as “extintas economias de esquerda” no mundo. Conquanto saiba que o leste europeu é terra de ninguém, infestado de mafiosos lavandeiros, Soros insiste apoiá-los. Em sua terra natal, porém, o presidente conservador Viktor Orban quer investigar as ONGs mantidas por Soros. Para ele, o investidor não passa de um bandido, lavando dinheiro pela filantropia.

Ele é uma das principais lideranças para a formação de um governo mundial, o que ele chama de Sociedade aberta , inspirada em um dos seus professores, o filósofo Karl Popper. Ao lê-lo, seus argumentos favoráveis à liberalização das drogas parecem extremamente plausíveis, sinceros e honestos. Caminham no sentido de evitar a violência no mundo por conta do mercado negro de drogas. Nada diferente do principal argumento dos filmes de Hollywood6. Contudo, seus negócios com as FARCS – a qual caminha incólume para se legitimar como força política- e a compra de vários terrenos na América Latina apontam outro rumo. O jornalista Ricardo Puentes e o excelente Periodismo Sin Fronteira7 deixam claro que não é alface que George Soros pretende plantar nas propriedades que adquire. Enquanto atua em uma ponta, já prepara literalmente o terreno na outra, para daí engendrar seu governinho totalitário feliz de cidadãos marionetes drogados. Ah, George Soros é conhecido como Puppet Master8.

O conceito de sociedade aberta de George Soros tem um encadeamento que deixaria boquiaberto Garry Kasparov, o maior enxadrista de todos os tempos. O angelical investidor quer um mundo aberto para os negócios, sem protecionismo, o que dispara um processo de desmantelamento dos estados nacionais. Essas são ações externas. Internamente Soros apoia grupos radicais de esquerda, sim, os black blocs, “baderneiros” assim chamados pela imprensa marrom, intrometidos no meio de qualquer manifestação no mundo para criar uma atmosfera de insatisfação com a política institucional. A seguir, trabalha em prol de uma segurança jurídica internacional, patrulhada não por polícias e tribunais locais mas transnacionais. Da mesma maneira, está envolvido com a circulação e controle da Internet, sob a alegação de que há muita desinformação, “fake sites” que conturbam o mundo. Sem contar no seu apoio financeiro para a educação das massas.

Como ficam os projetos de George Soros agora que a Lava-jato está colocando tudo de ponta-cabeça? E como se não bastasse, o Anjo ficou furioso com a derrota de Hillary Clinton, sua fiel escudeira. São esses vetores políticos comprometidos que permitiam a George Soros sua lavagem de dinheiro e envolvimento com o tráfico internacional de entorpecentes. A essa altura desse longo artigo volto a chamar a sua atenção. A força-tarefa da Lava-Jato é eminentemente uma operação contra o crime de lavagem de dinheiro. Ela esbarrará mais dia ou menos dia, e há dados a respeito, no crime organizado e seus verdadeiros atores como George Soros. É aguardar para ver. Será nesse momento que ela encerrará, misteriosamente, as suas atividades? Espero estar errado.

Quarto ato. As luzes se acendem. Fantasmas em cena

Não se pode esquecer que o marco zero da Lava-Jato foi uma interceptação feita por policiais militares em Araraquara que apreendeu um suposto carregamento de palmito mas, na verdade, eram 700 quilos de cocaína pertencentes a Renê Luiz Pereira. O flagrante desvendou uma quadrilha que tinha como um de seus doleiros Alberto Youssef. Ele desmentiu sua ligação com o traficante e foi absolvido mas Renê não, sendo condenado a 14 anos por tráfico de drogas.  Mais adiante, a “Caça-Fantasmas” foi a 32° fase da Operação da Lava-Jato e um desdobramento da 22° “Triplo X”. Nela está o vértice onde se encontram os verdadeiros atores do narcotráfico, as suas marionetes do varejo e do atacado do crime organizado e os políticos da Lava-Jato. A descoberta de um banco clandestino, o FPB Bank, que criava offshores para lavar o dinheiro das propinas do Petrolão, conecta os políticos e burocratas brasileiros com o mesmo expediente utilizado pela dinastia do narcotráfico no mundo. A bola de neve não para de rolar e crescer. O FPB Bank e seus operadores, por sua vez, estão ligados ao mega-empresário panamenho Mossack Fonseca, dono da empresa que leva seu nome. Recentemente os arquivos dessa empresa foram vazados, são os Panama Papers9. Eles podem revelar o mapa do crime organizado, seus barões, suas conexões e a engenharia financeira que os sustem. Políticos corruptos, terroristas, traficantes, todos lavam seu dinheiro nas diversas offshores criadas pela Mossack em vários lugares como as Ilhas Virgens, Uruguai, Bahamas e Seychelles. O PCC10 se utiliza dessas offshores e as máfias com as quais o grupo negocia na Europa também. Eles trocam drogas e claro, o esquema de pagamentos, que devem ser operados por meio dessas contas em paraísos fiscais.

Cautela aqui. Não é pelo fato de existirem políticos e criminosos envolvidos com doleiros ligados ao tráfico ou a lavagem de dinheiro em offshores, operados pela mesma empresa, que implique necessariamente em um elo entre ambos. Mas é muito pouco provável que não hajam trocas, pagamentos e recompensas, por esse meio, entre os que de fato são os senhores do crime. As investigações e a perícia nos mais de 2.6 terabytes de dados do Panama Papers ainda tem muito a revelar.

As organizações governamentais e outras entidades, que lutam pelo endurecimento das leis dos países para combater a lavagem de dinheiro, almejam quebrar a cadeia que vincula os potentados do tráfico aos políticos. Eles sabem que a causa é de uma nobreza ímpar. Todavia, sabem de igual modo, que os que deveriam formular as leis para coibir a lavagem de dinheiro são os mesmos que se beneficiam e a outros (como o narcotráfico) desse crime. É a face oculta, sãos as máscaras de Ésquilo no crime, os fantasmas.

O partido que esteve no poder no Brasil permitiu o avanço das drogas através de sua ideologia. Seja para amedrontar os cidadãos pelo uso revolucionário do banditismo, e criar neles dependência estatal, seja através da narcotização do povo para sucumbir sua resistência moral. E esse mesmo partido teve que permitir “ad hoc” a lavagem de dinheiro que está no âmago da estratégia do tráfico de entorpecentes. Como foi visto no caso da Rússia e George Soros, não é novidade que o comunismo mantenha um mercado negro e depois o “legalize” pois em ambos os momentos se serve dele para o projeto de poder. A Lava-Jato, não tenha dúvida, ao seguir o fluxo do dinheiro, tem a frente de si um mundo sórdido. O curso das investigações tem ameaçado essa selva, esse purgatório da beleza e do caos, o Brasil febril, o Brasil 40°.

1 Nem sempre só há droga onde há demanda. Há toda uma estratégia para criá-la e para controlar preços. Nunca se esqueça: cocaína vicia e quem por ela for fisgado venderá a mãe para ter uma carreira de pó na mesinha de centro da sala. E justamente nesse ponto está equivocada a tese esquerdista de que não se deve combater os centros de produção. A estratégia deles é levar a pessoa a ter o primeiro contato, inseri-la no universo dos entorpecentes. Daí aumentam o vício, ora impondo a escassez da droga, ora fazendo-a abundar. Para as esquerdas, as fronteiras devem permanecer livres, pois os centros periféricos produtores são filhos bastardos do capitalismo. A culpa são dos “burgueses sem religião”, dizem eles, que devem conter suas narinas tresloucadas. Parte desse argumento é verdadeiro como tudo o que as esquerdas falam. E parte é pura desinformação com ar de piedade. Querem de fato proteger a sua ferramenta revolucionária, como já demonstrei no artigo anterior.

2

3GLENNY, Misha McMáfia: crime sem fronteiras, Ed. Companhia das Letras, 2008.

4TOGOLLI, Claudio & ARBEX JR., José O Século do Crime, Ed. Boitempo, 1996, pag. 34

5AMORIM, Carlos Assalto ao poder Ed. Record ,2010, pag. 415

6É a tese do filme militante “Sicário” de 2015, que conta com os papéis de Benício Del Toro e Emily Blunt. Quanto à ideologia da película, um desastre. Enquanto retrato do cartel mexicano “Sinaloa”, sensacional.

7Note, a partir do proverbial “diga-me com quem tu andas que eu te direi quem tu és”, os apoiadores de Soros, como Fernando Henrique Cardoso e Paulo Coelho.

8Confira o excelente documentário de Glenn Beck, um dos meus jornalistas prediletos, disponível no Youtube sobre George Soros. Devastador. Beck só faltou radiografar os alvéolos pulmonares de Soros.

9O site de Jornalistas Investigativos tem um viés à esquerda. A princípio não vejo demérito algum. Apenas um nota de cautela para o escopo e análise do material que se encontra por lá.

10O Promotor paulista Richard Encinas mapeou em 2014 várias operações do PCC.

Um comentário sobre “Welcome to the jungle ou Brasil 40° (II)

Deixe um comentário